Sou da Velha Geração

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sempre pensei que eu era um cara de fronteira, sempre ligado nas novidades do mundo da tecnologia. Novos sites, novas ferramentas, sei de muita coisa. Mas essa madrugada percebi que é ilusão. Incêndio ao lado da minha janela. Qual foi a minha reação? Primeiro, ligar pros Bombeiros. Ok, coisa certa a se fazer em qualquer situação. Segunda coisa: peguei a minha câmera digital pra registrar o fogo e a chegada dos bombeiros. Pensei comigo mesmo: A-há! Video no Youtube amanhã cedo! Acompanhei a movimentação toda e fui dormir. Estava deitado e minha irmã bate na porta e diz:
- A gente não colocou no Twitter!!!
Puxa vida! Era a chance de colocar um #breakingnews. O mundo da tecnologia passou e eu fiquei pra trás...

Noite Tórrida no Inverno Gelado

Barulhos estranhos vindos de fora da janela no meio da madrugada. Será que estão mexendo nas coisas da obra que um dia vai sair no terreno aqui do lado? Abro a janela e, para minha surpresa, vejo esta cena:
Pego o celular e tento ligar pros bombeiros (193), mas só dá ocupado. Várias pessoas espalhadas pelas janelas, então tento mais algumas vezes e desisto, imaginando que eles já devem estar sabendo. Pela manhã, várias equipes de jornalismo aparecem: Diário Gaúcho, Record, TV Ulbra. A casa estava abandonada, mas alguém deve ter entrado lá pra fugir do frio da noite. Infelizmente, acho que não saiu.
O calor pode ser uma benção ou uma perdição. Pode produzir cenas horripilantes, mas impressionantes.

Atualização: saiu no site da ZH uma foto e um texto meu sobre isso!

Devemos ser mais palhaços

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma das minhas filosofias de vida! Muito bem escrito, do blog Nem Lolita Nem Balzaca:

"Quando somos crianças, facilmente nos encantamos com os palhaços. Minha irmã Cristine sempre foi uma grande fã de circos e, mesmo achando aqueles truques dos clowns meio manjados, acabava os prestigiando e se divertindo à beça a cada apresentação que presenciava. Longe do picadeiro, ainda podemos pensar em mais de uma dezena de "palhacinhos" que nos encantam e divertem: de Mazzaropi a Tom Cavalcanti, de Chaves a Didi (cada um deve ter lá suas preferências!).
Se essas figuras estranhas nos são tão sedutoras, por que não resolvemos transpor definitivamente a sensação que elas nos proporcionam para a vida real? Sim, nós devemos nos relacionar com palhaços. Precisamos estar cercados deles! E sermos palhaços também! Isso não é absolutamente uma ofensa. Nós precisamos manter ao nosso lado pessoas que nos façam rir - e que saibam compartilhar as nossas risadas.
Relacionamentos amorosos são tão mais leves e deliciosos quando há cumplicidade e troca de sorrisos verdadeiros, quando ambos sabem se divertir juntos. Sabe aquela história de não se levar tão a sério? Mas a convivência pode virar uma desgraça e ir por água abaixo quando quem está ao nosso lado simplesmente não consegue mostrar os dentes!
Pessoas que sorriem são sempre atraentes, parecem mais receptivas (claro que não me refiro aos sorrisos forçados, de poses para fotografias ou de campanhas eleitorais). Sem falar que mostram um ar superior da pessoa, uma capacidade de lidar melhor com as dificuldades, um quê de superação.
Há os que nem nascem com essa alma tão sorridente e precisam treinar ao longo dos anos para ver a vida sob um ângulo positivo. E aprender a rir das próprias desgraças, suavizando sua passagem pelo cosmos. Por outro lado, quem não costuma sorrir me dá aquela impressão de estar arrebatado pela síndrome da vítima, de que sente um prazer em causar nos outros a sensação de que o mundo lhe persegue. Uma chatice.
Como nada está perdido, até quem não está acostumado às risadas pode seguir o conselho elementar do provérbio chinês: ''se alguém está tão cansado que não possa te dar um sorriso, deixa-lhe o teu''."

Fotos e memórias

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Agora com as máquinas digitais e cartões de memória inesgotáveis, acho que nenhuma foto deve ser apagada, nunca! É um registro de um acontecimento, ou então de um momento legal entre amigos, ou de uma paisagem bacana. Ou simplesmente um borrão na tentativa frustrada de capturar uma coisa única.



Down Below – Johannes Stankowski

Be just who you want to be, my friend
You just got to trust in fate.
Do the things you want to do ‘cause life don’t wait
Take it easy, keep your head up high
No need for sorrow and despair
Just keep on moving, it’s such a wonderous world out there

The years are flashing by and everything will change
But way down deep inside – we all just stay the same
And down below
Old memories come alive and then we know
Down below

It’s a long road we all got to walk
But there’s an awful lot to see
And the sun keeps rising up wherever you may be
Fly the ocean, dive into the blue
No need for sorrow and despair
Just keep moving, it’s such a wonderous world out there

1000 Diários

terça-feira, 14 de julho de 2009

Domingo, assisti na Casa de Cultura Mario Quintana um documentário chamado "1000 Diários". Um cara nos EUA resolveu espalhar diários em branco, com o nome dele, um contato e um pedido: escreva alguma coisa e passe adiante. A ideia era ver o que diferentes pessoas escreveriam anonimamente em cada diário até que ele estivesse totalmente preenchido, quando deveria ser mandado de volta pra ele. Em nove anos, o cara recebeu de volta apenas um dos mil diários, que está escaneado no site dele. Além dele, estão disponíveis páginas enviadas por pessoas que estão com algum dos diários. Aparentemente, cinco deles foram vistos pela última vez no Brasil.
Achei a ideia muito bacana. Não é a mesma coisa, mas comprei um caderninho pra rabiscar algumas coisas de vez em quando. Exercitar um pouco a criatividade.

Pessoas diferentes, mas iguais

sexta-feira, 10 de julho de 2009


"- É um estranho paradoxo. Estou mais perto do fim da minha vida do que jamais estive... mas sinto, mais do que nunca, que tenho todo o tempo do mundo. Quando era mais jovem, havia necessidade de certeza. Eu precisava chegar ao fim do caminho.
- Sei o que quer dizer. Eu me lembro que pensava "Um dia, aos 30 e poucos anos, talvez tudo irá, de algum modo, se acomodar, parar. Simplesmente acabar."
- É como se houvesse um platô me esperando. Eu estava escalando. Quando eu chegasse ao topo... Mas isso não aconteceu, ainda bem. Na juventude, não levamos em conta a nossa curiosidade. Isso é que é incrível de sermos humanos.

- Sabe o que Benedict Anderson diz sobre a identidade? Ele fala sobre, digamos, uma foto de bebê. Você pega uma imagem bidimensional e diz: "Sou eu". Para ligar o bebê dessa imagem estranha a você, no presente é preciso criar uma história. "Esta sou eu quando tinha 1 ano. Depois, tive cabelos compridos... e depois nos mudamos para Riverdale, e aqui estou." Então, a história necessária
é, na verdade, uma ficção para tornar você e o bebê idênticos. Para criar sua identidade.
- O engraçado é que nossas células se regeneram totalmente a cada sete anos. Já fomos várias pessoas diferentes. E, no entanto, sempre permanecemos sendo, em essência, nós mesmos."

do filme "Waking Life"

Esse eu vou ver na estreia, com certeza!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nos EUA, dia 14 de agosto. Por aqui, sem previsão.

Cuidado com as comédias românticas

Do blog Nem Lolita Nem Balzaca:

Costumava encontrar com muita frequência a Ninha, amiga da minha mãe, nas salas de cinema. Volta e meia, a gente se cruzava entre um começo ou um final de alguma comédia romântica. (Sim, eu adoro esses filmes de mulherzinha).

Ninha morreu faz alguns anos, mas sempre lembro de uma frase que ela dizia, brincando, pra mim:

- Tríssia, tu deves parar de ficar vendo esses filmes... Hollywood acabou com a minha vida.

Ela era viúva e jovem - e um pouco dramática também! Dizia que, por causa desse mundo fantasioso da telona, era difícil se encantar com um relacionamento. Ela não queria só mais um beijo de alguém. Queria que, ao ver o homem se aproximar, o cabelo tremulasse ao vento, em um dia ensolarado, ele chegasse lentamente, inclinasse o corpo sobre ela e, aí sim, a beijasse.

- Mas isso não acontece na vida real - sentenciava.

Agora, acabo de ler que pesquisadores escoceses, da Universidade Heriot-Watt, constataram que as comédias românticas made in Hollywood podem prejudicar as relações amorosas, porque criam expectativas muito altas nos parceiros.

Segundo os estudiosos, que são psicólogos, esses filmes transmitem uma falsa sensação de relacionamentos perfeitos e criam desejos nada realistas. Como os argumentos são, quase sempre, pouco plausíveis e os finais felizes bem improváveis, o processo de encantamento também é encurtado e dá impressão de ser esse o ritmo natural de entendimento entre todos os parceiros do universo.

Uma das conclusões que esses especialistas chegaram foi de que aqueles que costumam assistir a esse gênero reclamam mais de uma falta de comunicação eficaz com seus parceiros. Seria reflexo da ideia de que, em uma relação perfeita, é o próprio companheiro quem deve se encarregar de prever todas as necessidades do outro.

Ok, isso parece um exagero. Só que alguns são mais influenciados do que outros pela forma com que a TV ou o cinema retratam os amores e desamores. E a ideia de que é necessário investir tempo e energia em uma relação não chega a ser popular entre os cineastas hollywoodianos.

Os filmes até refletem a emoção que acompanha uma nova relação, mas dão a entender erroneamente que a entrega amorosa e a confiança acontecem desde o momento que duas pessoas se conhecem - quando, na verdade, às vezes vão sendo descobertas com as delícias da convivência diária.

There is only so much we can take when we are by ourselves

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Acho que finalmente caiu a ficha. Acredito que esse final de semana foi a primeira vez que eu saí sem ter qualquer pessoa na minha cabeça. Faltam algumas semanas para completar um ano, mas dilui-se o resto de dúvida/esperança no meu pensamento. Além disso, não estou enrolado com ninguém no momento, somente algumas leves possibilidades futuras, nada sério nesse instante. E aconteceu de ter duas festas interessantes.
Descobri que gosto de sair pra dançar. E só volto pra casa quando as pernas começam a mostrar sinais de cansaço e olha que eu tenho corrido! Tocando música boa, não tem porque ir embora logo. Óbvio que não sou o cara mais coordenado do mundo, nem sei dançar tão bem assim, mas é ótimo esquecer do resto e tentar sintonizar com o ritmo. Para quem está acostumado a ficar pensando em mil coisas ao mesmo tempo, se concentrar na batida é um grande exercício de relaxamento mental.
Uma multidão pulsando na mesma vibração e, entre todos, vários casais. Só de olhar dá pra perceber quais foram formados na noite e quais já vem de fora da festa. Enquanto uns são só amassos, nos outros percebe-se trocas de olhares, mãos cúmplices e movimentos de intimidade. Para esses, estar na festa é mais um detalhe da noite, o objetivo é a companhia. Isso faz falta. Não sei sair na noite pra caçar. Também porque não tenho interesse nenhum em simplesmente beijar por beijar. Eu quero o olho no olho, a mão na mão, o coração batendo no mesmo ritmo.
E vamos deixar bem claro que também não me acho o tipo de cara que faria sucesso na noite. Até tenho me achado mais legalzinho ultimamente, mas não tenho a cara nem o corpo para ser a primeira nem a segunda opção de alguém na balada. Sou um cara sorridente, divertido, engraçado, inteligente, o que pode ser bom numa conversa de bar ou num grupo de amigos, mas não em um local escuro e com música alta. Sempre me achei um acquired taste, no início é meio estranho, mas quando você se acostuma você começa a achar bom. Sei também que sou meio convencido e já digo isso antes de dizer que acredito que sou uma pessoa muito interessante para conversar. Bem humorado, sei de vários assuntos, tenho muitos interesses nas áreas mais diferentes. Acho que consigo fazer brotar um sorriso na grande maioria das pessoas ao meu redor.
Para a minha surpresa, tenho percebido olhares femininos na minha direção! Na academia, no estádio de futebol, no shopping... Acho que é uma experiência nova para mim, tanto que nem sei o que fazer quando percebo. Claro que não acontece todo dia, mas dá um upgrade na autoestima. É um círculo virtuoso, porque quanto mais isso acontece mais eu me sinto bem, o que atrai mais olhares, e me motiva mais para ir para a academia e continuar sorrindo.
Então, para resumir, comecei essa semana carente. Sou um cara legal, engraçado, companheiro para festas e indiadas. Não sou o mais lindo do mundo, mas pra feio eu não sirvo. Quero alguém para andar ao meu lado, dançar à minha frente e me puxar quando eu ficar pra trás. Posso não ser o par perfeito de alguém, mas garanto que sou uma pessoa ímpar!

Reflexões do Final de Semana

domingo, 5 de julho de 2009

"Querido Jeremy,

nos últimos dias, aprendi a não confiar nas pessoas.E estou feliz por ter falhado. Às vezes dependemos dos outros como um espelho, para nos definir e dizer quem somos.
E esse reflexo me faz gostar de mim mesma um pouco mais.

Elisabeth."

Norah Jones - Um Beijo Roubado