Duffy - Mercy

sábado, 22 de agosto de 2009

Desse ponto em diante, não tem como voltar...




Yeah, yeah, yeah

I love you
But I gotta stay true
My morals got me on my knees
I'm begging please,
Stop playing games
I don't know what this is
Cos you got me good
Just like you knew you would

I don't know what you do
But you do it well,
I'm under your spell

You got me
Begging you for mercy
Why won't you release me

I said release me
Now you think that I
Will be something on the side
But you got to understand that I need a man
Who can take my hand
Yes I do

A Rosa

"E eis que uma bela manhã, justamente à hora do sol nascer, havia-se, afinal, mostrado.

E ela, que se preparara com tanto esmero, disse, bocejando:
- Ah! eu acabo de despertar... Desculpa... Estou ainda toda despenteada...
O principezinho, então, não pôde conter o seu espanto:
- Como és bonita!
- Não é? respondeu a flor docemente. Nasci ao mesmo tempo que o sol...
O principezinho percebeu logo que a flor não era modesta. Mas era tão comovente!
[...]
Assim o principezinho, apesar da boa vontade do seu amor, logo duvidara dela. Tomara a sério palavras sem importância, e se tornara infeliz.
[...]
'Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores!' "

Sentir X Ter

Depois de 7 anos de relacionamento, fiquei sozinho por um tempo. Nesse ano, saí com duas meninas, legais mas que não me faziam sentir o que eu esperava. Foram boas companhias, bons beijos, mas não passou disso. Muitos amigos insistiam, e ainda insistem, para que eu saísse mais e esquecesse de compromissos. Ficar por ficar, sem consequências posteriores. Essa ideia nunca me atraiu, antigamente porque eu não me considerava bonito e/ou legal o suficiente para que alguma garota se dispusesse a ficar comigo. Agora, porque eu me gosto demais pra simplesmente beijar uma desconhecida. Ultimamente tenho me sentido tão bem que procuro uma pessoa que realmente mereça estar comigo. Ou seja, não consigo pensar em fazer uma coisa sem consequência. Infelizmente, ou felizmente, pensar em muita coisa faz parte da minha natureza e não vai ser nos relacionamentos que isso vai deixar de acontecer.

Durante um ano eu saí bastante. Cheguei a sair mais de quatro vezes por semana, já fui em baladas sozinho para me espairecer. Fiz minhas festas, me diverti bastante, mas não fiquei com ninguém. Simplesmente não aconteceu e não me fez falta. Aprendi a gostar da minha própria companhia.
Sempre pensei que não era o tipo de cara que faz sucesso em baladas. Não sou musculoso, não sou alto, nem tenho uma cara de galã. Sou simpático, divertido, inteligente e engraçado, mas com música alta e luzes piscantes não faz muita diferença. De uns tempos pra cá, resolvi usar a internet pra tentar conhecer meninas legais. É um terreno que eu domino, além de poder saber mais sobre a pessoa antes de conversar. Será que temos alguma coisa em comum, é uma pessoa interessante, é bonita? O bom é que a conversa só acontece mesmo se ambos concordam que o outro vale a pena o tempo "perdido".
Eu acho que encontrei uma pessoa que realmente vale o meu tempo, ou melhor, vale o meu sono perdido. A conversa flui, o assunto nunca acaba, e a vontade de continuar falando só é superada pela necessidade de dormir. Por uma ironia do destino, essa pessoa está longe. É estranho dizer isso, mas depois de um dia sem ver nem ouvir, bate uma saudade de uma pessoa que eu nunca toquei! Talvez não seja bem saudade, mas uma angústia de querer estar perto, de ver um sorriso surgir no rosto do outro ou ouvir uma voz doce dizendo seu nome.
Acho até que estou repetindo muito esse tema aqui, mas não sei até onde isso vai dar. Encontrei alguém que me faz bem, me deixa alegre e que surge em minha mente nos momentos mais diferentes. E acho que acontece o mesmo com ela, o que me deixa mais alegre.
Entre sair aqui em Porto Alegre e procurar garotas pra beijar só "por esporte" ou passar a madrugada em casa no telefone, a segunda opção preenche muito mais minhas necessidades. Eu sou um cara chato mesmo, e acho muito mais fácil resolver o problema da distância depois de conhecer uma pessoa legal do que encontrar alguém numa balada que desenvolva pra uma coisa mais séria. Porque, gostem ou não, eu quero uma coisa séria, não vou ficar brincando com meus sentimentos. E decidi não fazer nada que não me faça sentir bem.

Puxa vida!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não sei como pude deixar passar! Logo eu, sempre lembrando das datas! O blog começou no dia 19 de agosto de 2008 como uma maneira de colocar pra fora muitas coisas que estavam presas dentro da minha cabeça. Agradeço a todos aqueles que acompanharam minha trajetória nesses doze meses e espero não ter chateado muito quem apareceu por aqui. Escrever me ajudou bastante e a participação de vocês, meus amigos, foi fundamental.

Sorrisos contra burocracia

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O mundo precisa de mais pessoas educadas. O dia fica bem melhor quando encontramos gente alegre. Precisei ir atrás de alguns documentos para a minha empresa, dia de office-boy. Mochila nas costas, iPod ligado, fui pra parada de ônibus. Dia nublado, gente de cara amarrada, a cobradora estava bem séria. Passei pela roleta, peguei o troco e falei, como sempre: "Obrigado" e sorri. Que transformação! Uma luz brilhou nos olhos da moça que devolveu com um "Bom dia pra você!".
Me perdi pra chegar no Foro Central de Porto Alegre, mas graças à minha irmã, doente em casa, consegui encontrar o lugar. Parei no balcão de informações e uma mulher sorridente me indicou onde ir. Dois minutos numa fila e o senhor do atendimento foi bem camarada, sabia dos documentos necessários pro que eu precisava (35 certidões!!!) e disse que era só voltar amanhã de manhã que ele estaria com tudo pronto, nem precisaria voltar pra fila. Desejei um bom dia pra ele, ele respondeu com um "Até amanhã." e a primeira parte estava pronta.
Mais 5 certidões necessárias no Tribunal do Trabalho do RS. Pensei que ia ser bem mais simples, afinal, bem menos coisa. Na chegada, precisava de documento, impressão digital e foto no sistema. Crachá pra passar na roleta pra chegar no atendimento. Lá, mulher com cara entediada e nada feito. Cópia de documento de cada pessoa, preencher um requerimento pra cada, assinaturas, guias de pagamento no banco. Depois disso, levar de volta e aguardar dois dias úteis!
Gente bem humorada, trabalho eficiente. Gente emburrada, burocracia. Coincidência?

Cada escolha, uma renúncia

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Faz quase uma semana que essa frase está martelando na minha cabeça. Sabia que eu teria que escrever um post sobre isso logo, embora ainda não sei bem o que dizer.
Foi minha irmã que me disse isso depois de dizer que encontrei a ex-namorada do meu irmão na academia. Há mais de dez anos que a minha família faz exercício ali. Atualmente, sou só eu, mas chegamos a estar em seis, incluindo os namorados. A guria não mora ali perto, não é tão simples de chegar da casa dela até ali. Então, por que continuar nessa academia?!? Ela sabe que vai encontrar alguém e foi ela que terminou e saiu da família. Escolheu sair, larga a nossa academia também!
Começou por aí, mas fui pensando em cada coisa que eu passei nos últimos tempos e vi que é isso mesmo que acontece. Para cada decisão que devemos tomar, temos que levar em conta as repercussões sobre o resto de nosso mundinho. Se quero jogar futebol mais vezes por semana, abro mão de ir no cinema. Se quero perder peso, abro mão daquela barra de chocolate branco que me persegue.
Também nos relacionamentos é assim. Quando encontramos uma pessoa bacana, pensamos bem e abrimos mão de algumas coisas que não são tão importantes pra nós. Eu, por exemplo, durante mais de 7 anos abri mão da maior parte dos meus finais de semana, trocando festas com amigos por dias de trabalho em Novo Hamburgo. E na hora do aperto financeiro, meu futebol foi trocado por contas de luz e aluguel.
Claro que não é justo que apenas um dos dois faça isso, afinal é um casal, um par de pessoas que se esforçam para ficarem juntos. Muitas vezes as brigas acontecem porque alguém se acha muito cobrado ou prejudicado na relação. É com conversa que se descobre do que somos capazes de renunciar sem esquecer do que preenche as nossas necessidades. O bonito é ver um casal que consegue ser completo tanto juntos como individualmente.
Durante muito tempo eu renunciei uma vida de festas e "pegação", escolhendo um relacionamento que eu julgava estável e duradouro. Infelizmente não deu certo, e eu juro que tentei sair e compensar o tempo perdido. Mas isso não está dentro de mim. Como me disseram essa semana: "você é um cara pra namorar. Não deve ser fácil só ficar com você, você é um cara legal pra continuar alguma coisa depois". É difícil encontrar uma pessoa que tenha um pensamento semelhante e esteja num mesmo nível que eu, tanto em relação à seriedade dos relacionamentos como estar com uma cabeça boa para começar um.
Eu tenho conversado com algumas garotas, e sempre tem alguém querendo me apresentar uma amiga. É muito mais fácil para mim conhecê-las pela internet, porque já dá pra traçar um perfil antes de falar. Com orkut, twitter, blogs e afins, vemos fotos e coisas em comum, o que facilita o diálogo. Como sou um cara com muitos interesses em áreas bem diferentes, sempre tem alguma coisa pra puxar assunto.
E foi assim que acabei conversando com uma menina lá do RJ. Várias conversas legais, papos divertidos madrugadas a dentro. Acho que em menos de um mês já devemos ter conversado mais de 24 horas, incluindo msn, webcam com microfone e telefone mesmo (viva a TIM e o plano Infinity!). A escolha: conversar com uma garota legal, interessante e divertida. A renúncia: muitas horas de sono. Como faz bem pra autoestima encontrar uma pessoa diferente que também ache você interessante!
Mas fica uma dúvida no ar. Ela está no RJ, eu, em Porto Alegre. 1450 km de distância. Não é fácil nem barato uma viagem dessas. É óbvio que existem garotas legais por aqui e caras legais por lá. Mas como conhecer novas pessoas quando uma pessoa já ocupa um pedacinho da sua mente? Como ocupar a sua mente com uma pessoa que você não pode tocar?
Cada escolha, uma renúncia.

Serendipity

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Essa é a minha palavra favorita em inglês. Já foi eleita uma das 10 palavras da língua inglesa mais difíceis de serem traduzidas. Serendipity é quando você descobre alguma coisa quando estava procurando uma coisa completamente diferente. Mais ou menos como descobrir o Brasil quando se tenta chegar às Índias...

"Acredito que uma parte grande das informações que tenho são adquiridas procurando alguma coisa e encontrando outra pelo caminho." - Franklin P. Adams
"A frase mais emocionante de se ouvir na ciência, a que traz novas descobertas, não é 'Eureca!', mas 'Que estranho…'. " - Isaac Asimov
"Serendipity é procurar uma agulha num palheiro e encontrar a filha do fazendeiro." - Julius Comroe Jr.
"Serendipity é a capacidade de encontrar coisas que não sabíamos que estávamos procurando." - Glauco Ortolano

Yoga

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eu consegui! Depois de dois meses, eu consegui! Foram míseros 3 segundos, mas foi o suficiente pra mim. Fiquei tão orgulhoso. A prof também.

Bom humor é fundamental

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Apesar de dormir mal de domingo pra segunda, acordei animado. Várias coisas pra fazer na semana.
Pra começar, acabei indo pro Centro, uma coisa que eu realmente não gosto. Muita gente apressada, estressada. Fui pagar uma conta que estava atrasada, tentar trocar meu aparelho de celular e almoçar com uma amiga. Tive que ir em duas agências para conseguir pagar a conta... Para trocar o telefone, só indo num shopping... E a amiga atrasou meia hora... Tudo bem, comi no Georges, conversei, dei risada. Ah, pelo menos descobri que minha conta de telefone não será incrivelmente alta esse mês. Até tentei ligar pra compartilhar essa informação, mas não me atendeu... Tentei passar no shopping, mas o sistema estava fora do ar. Nada de mudar de celular.
De noite, na academia, encontrei uma pessoa que não via há muito tempo, e sinceramente nem queria ter encontrado de novo... Mas tudo bem, saí de lá pra ir jogar futebol com meus amigos. Eu e o Wendling estamos contando nossos gols (o placar está aí do lado direito). Ele foi pra completar os times, mas ele fez três gols e eu, nenhum...
Tudo bem, é só dormir que tudo passa. Dormi mal de novo. Acordei várias vezes. De manhã, veio um cara fazer orçamento pras mudanças aqui em casa. Até aí, tudo tranquilo. Fui pra academia, corri menos do que o esperado, mas o suficiente. Voltei pra casa e ia almoçar com o Marcus. Quem disse que o carro liga? Meia hora tentando fazer pegar, quarenta minutos esperando um cara da seguradora. Ele chega, mexe no carro, encontra pelo menos dois problemas e diz que precisa chamar um guincho... Quarenta minutos até chegar. Enquanto isso, tentando ligar pra TIM pra ver qual celular pegar. Claro que não deu em nada... Sei que fui pra oficina e cheguei em casa às 17h. Meu almoço tinha sido um danette (valeu, guto!) e um copo de pepsi.
Cheguei em casa e resolvi fazer comida. Abri o armário, vi o que tinha e procurei no google: "massa com atum". Já estava esperando que faltasse gás ou explodisse alguma coisa, mas no final deu tudo certo. Tinha avisado alguns amigos que, se eu não respondesse logo, era pra chamar os bombeiros. Ainda consegui uma amiga pra ficar vigiando pela webcam enquanto eu me aventurava no fogão.
Olha, talvez a massa pudesse ter ficado um pouco mais no fogo, mas até que ficou boa! Pra completar, um pedaço de chocolate branco da Hershey's... Se não der uma intoxicação alimentar, estarei bem satisfeito.
Só imagino como seria se eu estivesse de mau humor...

Quem não arrisca...

Eu até queria escrever, mas tem tanta coisa legal por aí... Do blog Gaveta das Calcinhas, do clicRBS:

"Não confiamos em mais ninguém. Essa é a verdade. Alguma coisa aconteceu no meio do caminho que quebrou a confiança, o vinculo sincero que existia entre as pessoas. E acho que não era só uma pedra no meio do caminho...
Mas, falando só de relacionamento entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres, etc...
Acho que posso citar algumas possibilidades:
# Solteiros sentem medo de se entregar pois já tiveram experiências dolorosas e tem medo de sofrer novamente.
# A oferta é maior que a demanda. O que você faz quando tem muitas opções? Pesquisa, faz test drive, barganha preço, viaja para conhecer outros estilos e , muitas vezes, por ter tanta oferta acha que nenhum “ é o seu numero perfeito”.
# Ansiedade. Pior coisa do mundo para engrenar qualquer coisa na VIDA.
# Medo de tentar qualquer coisa que dure mais de dois encontros. O tal do vinculo que citei acima...
Colocando tudo isso no liquidificador é chegada a hora de usar aqueles clichês:
# Lembre-se: Quem não arrisca, não petisca.
# Seu coração foi dilacerado? Não consegue esquecer o passado? Se você não quer matar o amor, ele nunca vai morrer. Usar o tempo como ferramenta pode extender a dor e levar as emoções à falência.
# Divida seus planos. Se conheceu alguém legal, não tenha medo de dizer quais são seus planos para a vida. Mas vá com calma....verdade assusta.
# Não idealize as pessoas. Elas são seres humanos...As vezes idealizamos as pessoas. Ficamos cegos e não conseguimos ver quem a pessoa é de verdade. O que ela poderia nos dar de bom, nos fazer crescer, como ela nos machuca, etc. E mesmo durante o processo de idealização você sabe que está idealizando, mas prefere curtir a própria mentira, só pra deixar a vida rolar...
# Respeite-se. Mesmo quando for chutar o balde, chute com carinho. Lembre que quem chuta ainda vai precisar do pé para caminhar, correr, dançar. Não mutile seu ego, seus desejos, sua verdade. Seja sincero com você mesmo. Sinceridade é o segredo para uma mente saudável.

O mais importante: aprenda a lidar com suas frustrações. Nem tudo é como gostaríamos que fosse, mas isso, poxa, isso também é viver."

Mais um texto bonito

domingo, 9 de agosto de 2009

De um blog que eu conheci através da minha irmã, mas não sei se ela visita:


"Enquanto envelhecemos, nós aprendemos que mesmo a pessoa que nunca devia nos decepcionar irá fazê-lo. Você terá seu coração quebrado e quebrará o coração de outros. Você brigará com seu melhores amigos ou talvez até se apaixonar por eles, e vai chorar porque o tempo passa voando. Então, tire muitas fotos, ria bastante, perdoe livremente e ame como se nunca tivesse se machucado. A vida vem sem garantias, sem intervalos, sem segundas chances. Você precisa viver ao máximo, diga para alguém o que ela significa para você e diga para alguém se mandar, fale o que acha, dance na chuva, segure a mão de alguém, conforte um amigo, caia no sono vendo o nascer do sol, fique acordado até tarde, flerte e sorria até que seu rosto doa. Não tenha medo de arriscar ou se apaixonar e, acima de tudo, viva o momento porque cada segundo que você desperdiça bravo ou triste é um segundo de felicidade que você nunca vai recuperar."

Fique com quem faz você rir

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não sei se já escrevi algum texto sobre a importância gigante que um sorriso tem, em mim ou na pessoa que está comigo. Mas encontrei mais um muito legal, meio grande, no site Confissões de um Homem Sincero:

"Tio Fábio, um falecido homem sábio do interior, Deus o tenha, sempre gostou de circo. Um dia, quando eu ainda era garoto, ele me levou ao circo. E apontou, com seus dedos amarelados pelo cigarro, o palhaço que me fizera gargalhar. Pense nesse palhaço quando for escolher as pessoas para ter ao seu lado. Amigos, namoradas. É vital ter por perto pessoas que sorriam e nos façam sorrir. (Tio Fábio não era homem apenas de teoria. Na vida prática, tinha, como o palhaço daquele circo tão distante no tempo, uma notável capacidade de fazer os outros rirem.)
Então reflito sobre os relacionamentos amorosos. Eles são tão mais leves, tão mais gostosos quando temos conosco alguém que traga a luz exuberante dos sorrisos genuínos. (Digo genuínos porque não existe nada pior que o sorriso hipócrita e fabricado, como os dos políticos.) E os relacionamentos podem ser um tormento quando quem está ao nosso lado não sabe rir. O ideal é termos uma palhaça como namorada, mulher, manteúda ou que você quiser.
O sorriso é uma atitude. Mostra, quase sempre, um espírito superior, de gente capaz de lidar, com dignidade e bravura, com as adversidades da vida. (Jamais vi uma foto do Dalai Lama em que ele não aparecesse sorrindo. Paz genuína interior ou dissimulação? Alguém tem um palpite?) Assim como o rosto fechado e sombrio é quase sempre sinônimo de pessoas tomadas pelo síndrome da vítima, a compulsão de pôr a culpa de tudo nos outros, a evasão total e descarada de responsabilidade. É aquela história: o mundo me persegue. Ninguém me compreende. Deus criou tudo apenas para que eu fosse sacaneado. Para estas pessoas, Sartre criou a frase definitiva: o inferno são os outros.
O sorriso é, repito, uma atitude. E também uma virtude. Como toda virtude, tem que ser cultivado. São absolutamente excepcionais as pessoas cuja alma já nasce sorridente. Para nós, outros, os chamados normais, sorrir para a vida é fruto de um esforço cotidiano, um treinamento incessante para não ver os fatos sob ângulos negativos.
Um dos livros mais admirados por Tio Fábio (quantas vezes ele tentou fazer-me ler) traz uma passagem de Sêneca, filósofo estóico de quase 2000 anos atrás. Uma passagem sublinhada por Tio Fábio fala de um filósofo que perdeu todos os seus bens no naufrágio. A reação do sábio: É que o destino quis que eu filosofasse mais desembaraçadamente. (Admiro a disciplina de Tio Fábio de ler livros sempre acompanhado de lápis e caneta. Tentei algumas vezes, mas tropecei em minha completa falta de método. Quem sabe um dia.)
Cercar-se de palhaços foi o conselho que Tio Fábio me deu há muitos anos. Nem sempre fui bem-sucedido. Ou nem sempre dei a devida atenção a esse conselho. Sofri e levei sofrimento e aqui cometo a ousadia de vir fazer um acréscimo à frase de Tio Fábio. Não basta se cercar de palhaços. É preciso que sejamos palhaços também. Receber risadas é bonito, mas mais bonito ainda é dá-las.
Você sabe que uma relação está morta quando se acabam os risos. Um romance saudável tem a estridência irresistível e espontânea das gargalhadas. Pode acontecer que os dois tenham se esquecido de como dar risada. E então vale a pena o esforço de se lembrar. Mas, se você tentar devolver a alegria a uma relação que se tornou pesada e não conseguir nada além de queixumes e lamúrias, é melhor desistir. Não do sorriso, nem da alegria e do amor, mas da relação. Só continue se você gostar do sofrimento. Para quem acredita que o propósito da vida é a felicidade, não há saída se não respirar fundo e cair fora, com um sorriso de preferência."

Conversas e Pensamentos

domingo, 2 de agosto de 2009

Tenho conversado com novas pessoas ultimamente, e várias vezes me perguntam o que eu estou fazendo em casa sozinho, ou simplesmente porque estou sozinho. Me lembrei de uma outra cena do filme "Um Beijo Roubado":

"- Meus clientes deixam chaves aqui por anos. Às vezes pegam depois de dias, algumas vezes levam semanas.
- E a maioria das vezes?
- Na maioria das vezes, as chaves ficam no jarro.
- Por que as guarda? Deveria jogá-las fora.
- Não. Não posso fazer isso.
- Por que não?
- Se eu jogar as chaves fora, as portas... Se fecharão pra sempre. Não sou eu que deveria decidir. Deveria?
- Acho que só estou procurando por um motivo.
- Bem, pelas minhas observações. Às vezes, é melhor do que não saber. E em outras vezes, não há razão para serem encontradas. Tudo tem uma razão. Assim como as tortas e bolos. Ao final de toda noite, o Cheesecake e a torta de maçã já não existem mais, sempre. A torta de pêssego e a torta de mouse de chocolate, estão quase no final. Mas sempre sobra uma torta de blueberry inteira. Intocada.
- O que tem de errado com essa torta?
- Não há nada de errado com a torta. As pessoas fazem suas escolhas. Você não pode culpar a torta de blueberry... É só que... Ninguém a quer.
- Espere! Eu quero um pedaço."

Vida de artilheiro

sábado, 1 de agosto de 2009

Depois de mais um jogo e mais um gol, mesmo jogando na defesa, o Marcus perguntou quantos gols eu já devo ter na minha carreira futebolística. Estaria eu perto dos mil gols? Quinhentos? Como sou chato, resolvi apelar pra Estatística. Vamos lá.
1) Jogo de atacante desde o terceiro ano do segundo grau. Dificilmente deixo de fazer gol em um jogo, e normalmente faço mais de um. Então, estou chutando uma média de dois gols por jogo.
2) Sempre tive pelo menos uma turma pra jogar futebol, seja futsal ou futebol 7. Durante muito tempo, tive dois jogos por semana, e algumas vezes até três. Também passei um tempo sem jogar. Então, estou chutando uma média de um jogo por semana.
Dez anos de futebol, cada ano com 52 semanas, cada semana com um jogo, cada jogo com dois gols. Isso daria um total de 1040 gols! Claro que fiz duas cirurgias, cada uma com seis meses de recuperação até voltar a jogar, e mais tempo ainda pra voltar a fazer gols. Mas acho que compensei em alguns jogos onde fiz mais que a média. O importante é que devo realmente estar perto dos mil! Pelo menos, mais perto do que dos quinhentos.
Depois de toda essa conversa, resolvi contabilizar os gols a partir de agora. Eu e meu companheiro de ataque, Marcelo Wendling. Embora ele ache que logo eu vou disparar na frente, não é uma competição. Só mais uma brincadeira pra motivar a gente. Eu vou continuar passando pra ele e ele, pra mim. O Marcus quer ajudar, mas ele normalmente joga para o nosso time, e gol contra não conta.