Pessoas diferentes, mas iguais

sexta-feira, 10 de julho de 2009


"- É um estranho paradoxo. Estou mais perto do fim da minha vida do que jamais estive... mas sinto, mais do que nunca, que tenho todo o tempo do mundo. Quando era mais jovem, havia necessidade de certeza. Eu precisava chegar ao fim do caminho.
- Sei o que quer dizer. Eu me lembro que pensava "Um dia, aos 30 e poucos anos, talvez tudo irá, de algum modo, se acomodar, parar. Simplesmente acabar."
- É como se houvesse um platô me esperando. Eu estava escalando. Quando eu chegasse ao topo... Mas isso não aconteceu, ainda bem. Na juventude, não levamos em conta a nossa curiosidade. Isso é que é incrível de sermos humanos.

- Sabe o que Benedict Anderson diz sobre a identidade? Ele fala sobre, digamos, uma foto de bebê. Você pega uma imagem bidimensional e diz: "Sou eu". Para ligar o bebê dessa imagem estranha a você, no presente é preciso criar uma história. "Esta sou eu quando tinha 1 ano. Depois, tive cabelos compridos... e depois nos mudamos para Riverdale, e aqui estou." Então, a história necessária
é, na verdade, uma ficção para tornar você e o bebê idênticos. Para criar sua identidade.
- O engraçado é que nossas células se regeneram totalmente a cada sete anos. Já fomos várias pessoas diferentes. E, no entanto, sempre permanecemos sendo, em essência, nós mesmos."

do filme "Waking Life"

1 comentários:

Lu disse...

Esse filme é simplesmente demais. Cada vez que assisto penso mais e mais.
Eu queria saber voar...